Foi de repente, ele apontou a arma e quase sem dizer nada, me deixou pasma, um latrocínio...
Eu que sempre fui corajosa, me vi ali naquela situação encurralada por tanta informação.
Eram
os olhos mais diferentes que eu já tinha visto, a fala mansa de uma
forma a surpreender pelo momento. Eu estava tão distraída que nem
percebi quando ele surgiu, tão cheia de mim naquele momento, impondo
minha condição, como se fosse realmente a dona da situação, aliás, da
minha situação...
Ele me fez esquecer tudo o que eu já havia visto,
tudo o que eu já tinha passado.Não sei como descrever a sensação, foi
como se ele me mostrasse tudo o que eu ainda poderia viver, de uma forma
tão bonita que chegava a ser admirável...
E aquela situação era cada
vez mais intimidadora, ele não dava certeza do que queria, e eu a cada
segundo me confundia sem saber o que fazer! Fiz o que muitos na minha
situação não fariam, reagi, e foi quando tudo desabou!Depois de tanta
coisa, descobri que tudo na verdade não foi nada, nada daquilo era
reciproco...
Aquele menino homem roubou tudo que eu tinha, todo o meu
amor e me esvaiu, de tal forma, que a morte naquele momento era algo
inevitável. Meu corpo caiu ao chão, como se eu não fosse nunca mais
levantar, e então me deparo aqui, sem nada, sem amor, sem vida e sem
esperanças...