segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Fingido.

Passando por essas ruas encharcadas, finjo ser algo que não sou, algo que não estou.Por alguém que também não é, mas quer ser. Esse mundo todo que não é meu, só me faz perceber o quão sozinha estou, o quão fora de mim nesse momento eu me encontro. E isso só me deixa mais distante de mim mesma, da minha verdade.Pois a cada momento que finjo, perco um pouco de mim, um pouco da minha essência, que era tão translúcida e límpida, e agora já é obscura devido a tanto fingimento e dissimulação...
E eu perdida no meio dessa confusão de mentiras, me pergunto se vale a pena continuar com esse martírio, continuar me impedindo de mim...
E é isso que vivemos, um mundo que não é nosso, e nunca foi, um mundo de todos, todos que não são aquilo que fingem ser.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Seu olhar.

Seu olhar é incógnita,
Lago cercado de pinheiros,
Tão verdadeiros,
repletos de respeito,
Suavemente estreitos,
Claramente iluminados
Certamente abençoados,
Misteriosamente direcionados,
Amedrontadoramente certos.
Simplesmente olhos, seus, olhos...
Tristemente seus...

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Imploro.

Eu lembro da primeira vez que eu te vi,
Da primeira coisa que por você eu senti.
Daria tudo para aquele dia jamais ter existido, 
Para eu daquele lugar ter sumido.
Queria que você passasse que nem os outros,
Que não fizesse parte dos meus gostos...
Que fosse que nem seus amigos,
Simplesmente garotos, por mim resumidos.
E que você fosse só mais um despercebido por mim,
Que passasse direto, rápido, sumisse, assim...
Não estou pedindo pra sumir, evaporar,
Mas se eu tivesse escolha, queria te ignorar...
Mas já que não é assim, já que não me controlo,
Sai de mim, vai embora, eu te imploro...

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Amor descomunal.

Te amo de uma forma descomunal, desapropriada, exagerada, salientada, dilatada, elevada, multiplicada. Minha paixão é uma hipérbole, é substantivo feminino singular, que de tão singular, não sei se já existiu outra igual.
Meu amor tem vontade própria, me controla, me dobra e desdobra, me mata, me encharca, me prende, se vende, não faz pouco.
E ainda se faz de simples, dissimula, e se fingi.
Te amo, como o poeta na sua mais ardente febre jamais pode amar, como a mulher mais ciumenta pode desejar, como o psicopata mais frio e sanguinário pode assassinar.
Amor que é só exageros, e não liga de ser assim, ele quer só amar, só saltar, só bater, só morrer de amores, em mim...

domingo, 11 de agosto de 2013

Psicose.

Me liberta dessa sua prisão, desse cárcere privado que é viver na sua mão.
Inverte essa minha psicose, e vê se adquiri por mim um sentimento de posse.
Aponta e engatilha na minha cara, mira de verdade e de uma vez ou não nos separa.

Abusa dessa síndrome de estocolmo em mim, aproveita essa minha admiração doentia e sem fim.
Me rouba a vida e todo meu conhecimento, acaba com meus sonhos e com meu sentimento.
Me joga de novo aonde eu não devia ter saído, e me faz pela última vez um refém excluído...