quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A pomba e o telhado.

Fez daquele telhado sua moradia,
Ali ela podia descansar tranquila.
Lá ela olha todo o cinza de cima,
Como aquilo lhe intriga!

Ela sabia que um dia aquilo ia acabar,
Que um dia alguém a expulsaria do seu lar.
Ás vezes ela descia em busca do seu sustento,
Mas só de sair do seu paraíso, já lhe vinha o lamento.

Passava dias ali só amando aquele lugar.
O telhado era tudo que tinha, sem forças para mudar.
Até voar perdeu o sentido, e isso não lhe causava dor.
Não era preguiça, era apenas o conforto de ter um amor.

E aos poucos ela foi definhando, não servia para mais nada,
Sua única utilidade era ficar naquele telhado jogada.

Morreu, sob a chuva fria da noite de um domingo,
Finalmente fez do seu desejo cumprido.
Fez parte daquele telhado, onde se decompôs,
Perdeu suas penas, carne e coração, para aquele amor que não fazia parte dos dois...





Nenhum comentário: